Quatorze pessoas foram presas na manhã desta terça-feira, suspeitas de integrarem uma quadrilha que era especializada em coagir organizadores de festas e eventos a contratarem uma empresa de segurança privada que seria de alguns dos presos. Segundo a Polícia Federal, entre os suspeitos detidos estão quatro policiais civis, um advogado, um empresário e um secretário da prefeitura de Itapetininga (SP).
A prisão, que faz parte da operação Usurpação da PF, deteve pessoas em sete cidades do estado de São Paulo, além da capital: Osasco, Itapetininga, Tatuí, Cerquilho, Alambari, Quadra e São Miguel Arcanjo.
Segundo a PF, o esquema de coação funcionava, basicamente, do seguinte modo: os policiais civis identificavam o responsável pelo evento social, faziam contato com ele (por telefone ou por meio de ofício da polícia) e o coagiam a contratar a empresa da qual são donos, usando o falso argumento de que se tratava da única empresa que atuava conforme a legislação. Coagido, o organizador da festa se via obrigado a contratar a empresa e a aceitar o preço oferecido.
Entre as vítimas dessas extorsões estão uma unidade da APAE e um asilo, que foram obrigados a contratar a empresa para festas beneficentes que promoveram.
Ainda de acordo com a PF, durante as investigações, surgiram indícios de fraudes em licitações promovidas pelas Prefeituras de Itapetininga, Cerquilho, Tatuí, Quadra, São Miguel Arcanjo e Alambari, onde foram realizados mandados de busca e apreensão.
Para a PF, era feito um procedimento de licitação com propostas encaminhadas exclusivamente pela organização criminosa, mediante acerto prévio com funcionários municipais. Assim, segundo a PF, conferia-se aparência de legalidade a contrato administrativo que, na verdade, era direcionado às empresas ligadas à quadrilha, sem que houvesse qualquer concorrência.
Os presos são acusados de dez crimes, segundo a PF: formação de quadrilha, concussão, falsidade ideológica, uso de documento falso, corrupção ativa, crimes contra a ordem tributária, peculato, prevaricação, porte ilegal de arma de fogo e fraudes em licitações
Nenhum comentário:
Postar um comentário