Eu sempre fui contra o uso de investigações para fins eleitorais. Entendo que num Estado Republicano como o nosso, as instituições devem funcionar normalmente, sem mudanças de parâmetros. Toda a vez em que houver um fato tido como ilícito, as autoridades têm o dever de investigá-los com lisura, lealdade e firmeza. Por outro lado, é profundamente odioso e inaceitável, guardar o resultado de investigações para publicá-lo em épocas pré eleitorais, com o único intuito de se tirar proveito na campanha. Isso, para mim, foge do padrão republicano de lidar com as coisas do Estado.
Os agentes públicos nesse regime de governo, devem se submeter à Constituição e à lei abstrata, de forma impessoal, cujo objetivo primordial é a defesa do interesse público, que deve ser exercitado normalmente, de acordo com os paradigmas legais e sem mudanças bruscas de comportamento. Não se pode uma hora ser leniente e outra hora, zeloso ao ponto de "achar pelo em ovo". Tudo deve ser feito dentro de um padrão de postura, sem sobressaltos.
É comum verificarmos em que período pré eleitoral, uma enxurrada de acusações, muitas das quais requentadas e reavivadas de muito tempo atrás, só para causar prejuízo a certos candidatos, em favor de outros.
Eu sou a favor de um investigação rigorosa e punição exemplar de todos aqueles envolvidos em esquemas ilícitos, mas não posso aceitar, a demora das apurações, as quais coincidentemente se ressurgem em época de campanha eleitoral. Eu defendo uma postura firme, contínua e séria de todas as instituições e seus agentes, na efetiva prestação de serviços, para os quais foram investidos. Sou contra o uso de estratégia e a utilização de mecanismos postos à disposição da democracia, para que de acordo com as conveniências do momento, sejam aplicados contra os nossos opositores. Isso não é fazer democracia. Isso é um atentado aos postulados do Estado Democrático e Republicano. Defendo celeridade na apuração, em qualquer momento da história, não só em época de campanhas.
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