A vida na Terra teve início há bilhões de anos e foi se desenvolvendo até chegar a um nível evoluído com formas mais complexas, para adaptação no meio ambiente. O homem, nesse contexto, seria o resultado dessa evolução, de acordo com a teoria da evolução natural, sistematizada por Darwin.
Assim, o homem na sua forma mais primitiva vivia como um animal selvagem e irracional abrigado em cavernas. Rústicos ao extremo dominavam apenas algumas capacidades rudimentares de manejo de instrumentos como pedras e paus. Não conheciam o fogo e não possuíam capacidades de se expressar através da fala.
Com o passar do tempo (milhões e milhões de anos), o homem evoluiu para um nível mais sofisticado, como domínio da arte da guerra, a conquista e aprimoramento dos códigos de comunicação. Com o surgimento do fogo, a evolução deu um salto, sem precedente, pois propiciou ao homem fabricar instrumentos mais elaborados.
Mas a evolução não se deu de modo uniforme. Somente algumas tribos detinham capacidades manuais de manufaturar ferramentas e produzir armas. I
sso foi decisivo para que determinadas tribos predominassem sobre as demais, iniciando-se aí, as guerras de conquistas.
O mais forte passou a dominar o mais fraco, criando-se um desequilíbrio brutal. Para conter esse estado eterno de guerra entre tribos, o homem desenvolveu certas habilidades, tais como a capacidade de resistir, anuir e celebrar acordos.
Para ajudar a convivência pacífica, as pessoas passaram a obedecer a um comando divino, acreditando que o homem nessas condições, obedeceria aos dogmas. No início, cada tribo criou o seu sistema religioso baseado em um ser supremo e transcendental com poderes sobre eles. Esses seres eram os astros (sol e lua), acidentes geográficos (montanhas e rios), animais (crocodilos e águias) ou fenômenos naturais, como chuva, vento, trovão, etc.
Todos os acontecimentos sejam positivos ou negativos eram atribuídos a um determinado deus: Se o evento fosse negativo, acreditavam que era castigo em razão de alguma coisa que não agradou ao deus deles.
O deus, então, era vingativo, ciumento, egoísta, sempre exigindo dádivas, oferendas e sacrifícios, os mais violentos e mortais. Acreditava-se que quanto mais cruel o sacrifício, mas agradava ao deus.
Em compensação, deus retribuía com chuvas para lavoura, entrega do inimigo em suas mãos, conquista de outras tribos. Cada tribo tinha seu deus. Quando uma tribo dominava outra, impunha o seu credo àquela, porque se entendia que o seu deus era o mais forte e o verdadeiro, todos os vencidos passavam a se submeter às regras e aos dogmas do vencedor com o seu deus.
Isso foi evoluindo e até hoje, ainda existem fortes resquícios desse tipo de crença primitiva e mais, misturada com o poder político, em que os súditos não podem questionar, porque o poder absoluto do rei ou do ditador vem de deus.
Assim, construíram-se nações e impérios, cujo povo foi subjugado e escravizado em nome de uma obediência absoluta ao senhor, sob a crença que o seu poder tinha origem divina. A religião, nesse processo, mistura-se com o poder político e material, mantendo a força de coerção sob ameaça de castigos divinos.
Nesse contexto, o mundo viveu séculos e séculos, até a idade média, acreditando que a Terra tinha uma forma plana, sendo o centro do Universo. O Sol, contudo, imaginava-se, que girava em torno da Terra.
Quando Galileu e Copérnico apresentaram as suas descobertas científicas, segundo as quais colocavam em xeque, a crença até então dominante, ocorreu um escândalo na comunidade eclesiástica e até mesmo na organização do poder político e econômico da época. Isto porque o poder político aproveitava a crença, para manter o seu “status quo”, e desse modo concedia poderes a Igreja para instaurar processo de inquisição a fim de apurar a conduta dos infiéis, que de acordo com o sistema, de então, eram considerados réus de crimes hediondos, sujeitos a penas cruéis, com morte em fogueira, degredo perpétuo para lugares ermos, excomunhão, com a colocação do nome do acusado em um "index", pregado na porta das igrejas.
A pessoa que tivesse o seu nome lançado nessa lista, praticamente vegetava sobre a terra, pois era excluído da sociedade, ninguém lhe dava emprego e não tinha a proteção do Estado. Era um verdadeiro pária, um nada, só porque colocava em dúvida o dogma.
Galileu e Copérnico não chegaram a ser queimados, mas Galileu, apesar de toda a sua sabedoria extrema, teve que se recolher e desdizer tudo o que havia afirmado à respeito do Universo, sob pena de ser preso e condenado à fogueira.
Mas a sua teoria, com o decorrer dos tempos, tornou-se irreversível e 300 anos após, o Papa Bento XIV, expressamente, pediu desculpas do grande equívoco da Igreja Católica.
Mesmo atualmente, em pleno Século 21, a despeito de todo o desenvolvimento técnico e científico que se vale de potentes telescópios e de viagens espaciais, as pessoas resistem em acreditar que possa haver vida em outros planetas, sob o argumento de que somente a Terra, que é um pequeno grão de areia no Universo, seria capaz de abrigar vidas.
Estudos recentes, entretanto, de uma Universidade americana em conjunto com a Nasa, apresentaram um relatório impressionante que aponta com uma certeza quase 100 por cento de que existem formas de vidas em outros Planetas, mesmo dentro do Sistema Solar.
Isso, sem levar em conta, que além do Sistema Solar nosso, existem milhões de outros sistemas galácticos, com milhões de sóis e planetas gravitando em sua volta, com possibilidade bastante elevada de que existam formas de vidas mais desenvolvidas e superiores do que a nossa.
Resistir a tais avanços, demonstra que apesar da evolução, o homem não se desvinculou daqueles vícios do tempo em que vivia na caverna.
Atribuir-se uma virtude exclusiva da existência de quem vive na Terra, de modo absoluto, é a meu ver, indubitável demonstração de um orgulho próprio daquele que não conheceu o pleno desenvolvimento e não conseguiu evoluir-se como um civilizado.
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