quinta-feira, 21 de abril de 2011

A EXPIAÇÃO DOS PECADOS EXIGE MAIS DO QUE UMA SIMPLES CONFISSÃO

Comumente somos levados ao entendimento segundo o qual bastaria o arrependimento dos pecados e pedir perdão a Deus e pronto. Contudo, ao lermos as Sagradas Escrituras, não é bem isso apenas que resolve a reconciliação e o retorno ao caminho que conduz ao Pai.




Na verdade, trata-se de algo a mais, que muitas vezes não é cumprido. Assim, fica mais fácil e leve pedir apenas o perdão, através do sacramento da confissão. Mas esse modo simplista de ser cristão, está longe do significado do mandamento de Jesus que diz: “vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta” (Mt 5,24).



Será que temos nos comportado assim? Ou apenas vamos à missa e mecanicamente pronunciamos as palavras de Jesus, sem nos atentarmos para o verdadeiro significado do perdão e reconciliação. Quantos não batem no peito, onde bate um coração cheio de ódio e vingança. Será que estão cumprindo a palavra de Deus, em sua plenitude?



Jesus nos pede que não façamos o mesmo que os escribas e fariseus faziam.



“Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo”. (Mt. 5, 20-26).



Não é fácil seguir a palavra de Jesus. Ele mesmo sentiu na pele, o quanto é difícil fazer justiça e defender os mais humildes. O ódio daqueles que detinham o poder caiu sobre ele, acusando-o de um facínora condenado a morte cruel. A condenação de Cristo se fundamentou na Lei Romana da época. Estava escrito que incitar o povo contra o governo, sujeitava o agressor à pena da lei. E o castigo era de morte.



Cristo submeteu-se a tudo isso, para mudar o mundo e criar um novo tempo, no qual todos possam viver em paz e em comunhão.


A luta por uma justiça verdadeira demanda sacrifícios, incompreensões e perseguições. Ficar do lado do mais fraco e oprimido, rende, muitas vezes, duras críticas, senão mesmo até exclusão social.



Mas será que chegamos a esse ponto? É o momento propício para uma reflexão. É o convite que deixo a todos, com a mensagem da Paixão de Cristo que representa a ruptura com o passado e a Páscoa, que é a passagem para um mundo melhor, de corações renovados.

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