Nunca a expressão insculpida no
parágrafo único do artigo 1° da Constituição Federal esteve mais afirmativa do
que nestes momentos de grandes manifestações dos jovens, iniciadas na capital
de São Paulo e aos poucos tomaram conta do País.
Por isso, enganam-se aqueles que pensam que
encerradas as eleições, nada mais se pode fazer, para mudar a situação. O maior
exemplo que o povo pode, foi dado aqui em São Paulo, que inicialmente tanto o Prefeito como o Governador do Estado
não admitiam em hipótese alguma, rever o preço da tarifa de ônibus e do metrô,
alegando que já era para ter sido reajustado no início do ano, deixando
transparecer que só agora estavam aumentando, aproveitando o momento da
realização da Copa das Confederações, supondo que o povo levado pela paixão ao
futebol e alienado pelas emoções nem se daria conta do aumento.
O exercício do direito às
manifestações é garantido pela nossa Constituição no art. 5°, inciso XVI, nos
seguintes termos:
“ todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso a autoridade competente”.
O direito consagrado de manifestar é
cláusula pétrea a qual não pode ser alterada ou suprimida, a não ser que haja
uma nova Assembleia Nacional Constituinte, só viável mediante uma revolução ou Golpe
de Estado, com muitas mortes e grande derramamento de sangue.
Não acredito que os políticos estejam
dispostos a enfrentar um conflito desta envergadura, posto que, em caso de derrota das
forças conservadoras, poderão ser condenados a pena capital, conforme ocorreu
na Revolução Francesa ou na Guerra Civil dos Estados Unidos.
O povo hoje está mais consciente e
refratário a tentativa da mídia em manipular a opinião pública, como ocorreu no
passado, quando a Rede Globo adulada e financiada pelo regime militar, tornou-se uma das maiores oligarquias deste país, que alienou
gerações, com a falsa realidade do milagre brasileiro, reforçado pela conquista
do Tri Campeonato da Copa Mundial no México em 1970.
Agora a realidade é outra. Não tentem
cooptar a opinião pública pelo grande evento da copa. O povo brasileiro gosta
de futebol mas não aceita que os políticos se aproveite do momento para locupletar
à custa do povo.
Como já afirmava Jean Jacques Rousseau
que pelo contrato social se elege um governo. Mas quando esse governo não
corresponde com os anseios daqueles que o escolheram é legítimo que o povo faça o
distrato, tirando-o do poder, porque é o povo que lho outorgou.
A nossa Constituição interpretando os
legítimos anseios do povo brasileiro deixou claro que a qualquer momento, todos
poderão reunir-se para fazer pressão e expor a insatisfação contra os desmandos
dos que governam.
O político depende do povo para se
eleger e uma vez eleito, vira as costas para povo, governando para pequenos
grupos que são parceiros dele e que ajudam a manter o establishment
enquanto o povo, o verdadeiro alvo das políticas públicas de
Estado, fica alijado da partilha do lucro obtido com os tributos arrecadados de
todos.
Por isso o momento é auspicioso para
o surgimento de uma nova aurora que começa a nascer nas mentes e aos poucos vai
impregnando a sociedade, para o despertar do GIGANTE ADORMECIDO EM BERÇO
ESPLÊNDIDO
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